
Flores do Asfalto
Zeca Baleiro
Os sinos dobram,
Zeca Baleiro
Os sinos dobram,
dobro a esquina adiante
O céu me espia
mais azul que antes
Os mortos andam
como eu nas avenidas
O sangue escorre
da mesma ferida
Ergo as mãos pro alto,
nos meus dedos os anéis
Flores crescem no asfalto,
debaixo dos meus pés
Tudo silencia,
ouço só meu coração
A rua acaba e meus sonhos vão
Piso na poça, uma moça estende a mão
Meus olhos brilham,
vejo o céu no chão
Ergo as mãos pro alto,
nos meus dedos os anéis
Flores crescem no asfalto,
debaixo dos meus pés
Deixo o dia para trás
Sono e sonho a noite me traz
Deixo o dia para trás
E a dor
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