sábado, 21 de junho de 2008


Pra o Meu Consumo
Luiz Marenco

Têm coisas que tem seu valor

Avaliado em quilates, em cifras e fins

E outras não têm o apreço

Nem pagam o preço que valem pra mim


Tenho uma velha saudade

Que levo comigo por ser companheira

E que aos olhos dos outros

Parecem desgostos por ser tão caseira


Não deixo as coisas que eu gosto

Perdidas aos olhos de quem procurar

Mas olho o mundo na volta

Achando outra coisa que eu possa gostar

Tenho amigos que o tempo

Por ser indelével, jamais separou

E ao mesmo tempo revejo

As marcas de ausência que ele me deixou


Carrego nas costas meu mundo

E junto umas coisas que me fazem bem

Fazendo da minha janela

Imenso horizonte, como me convém


Daz vozes dos outros eu levo a palavra

Dos sonhos dos outros eu tiro a razão

Dos olhos dos outros eu vejo os meus erros

Das tantas saudades eu guardo a paixão


Sempre que eu quero, revejo meus dias

E as coisas que eu posso, eu mudo ou arrumo

Mas deixo bem quietas as boas lembranças

Vidinha que é minha, só pra o meu consumo

Nenhum comentário: